Você sente as mãos suarem, o coração acelerar, o pensamento não para de voltar à mesma pessoa… Parece mágica, mas não é: a paixão é também uma resposta biológica ao nosso corpo! E a ciência médica tem muito a dizer sobre ela.
Neste Dia dos Namorados, que tal entender como o amor age dentro do seu cérebro?
A paixão, ao contrário do que muitos pensam, é mais química do que poesia. Envolve uma série de substâncias neuroquímicas que transformam nosso comportamento, humor e até a forma como percebemos o mundo. Vamos conhecer as protagonistas dessa história?
💘 Dopamina: o combustível da paixão
A dopamina é um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Quando estamos apaixonados, ela é liberada em grandes quantidades, principalmente em áreas do cérebro como o núcleo accumbens, a mesma área ativada quando comemos chocolate ou ouvimos uma música que amamos.
É essa substância que nos dá aquela sensação de euforia, entusiasmo e energia. Por isso, no início de um relacionamento, é comum dormir pouco, comer menos e ainda assim se sentir “nas nuvens”.
👉🏼 o núcleo accumbens é uma poderosa e pequena estrutura ocalizada no centro do cérebro. Esse núcleo faz parte do sistema de recompensa e está diretamente envolvido na liberação de dopamina, o neurotransmissor associado ao prazer, à motivação e ao desejo.
Durante as fases iniciais do amor romântico, estudos de neuroimagem revelam que o núcleo accumbens é uma das regiões cerebrais mais ativas. Quando vemos, ouvimos ou até pensamos na pessoa por quem estamos apaixonados, essa área é estimulada, gerando aquela sensação de euforia e bem-estar que muitos descrevem como “borboletas no estômago”.
💓 Ocitocina e vasopressina: o vínculo e o apego
Com o tempo, a dopamina abre espaço para outros protagonistas: ocitocina e vasopressina. Ambos os hormônios estão ligados à construção de vínculos e à sensação de confiança. A ocitocina, por exemplo, é conhecida como o “hormônio do amor” ou do “abraço”, pois é liberada durante o contato físico, beijos e até mesmo quando seguramos a mão de quem amamos.
Esses hormônios são fundamentais para transformar a paixão em algo mais estável, como o amor duradouro. Ou seja: se a dopamina é o fogo de artifício inicial, a ocitocina é o laço que sustenta a relação.
🧠 Córtex pré-frontal: o amor também (des)organiza
Se apaixonar também afeta o córtex pré-frontal, região do cérebro responsável por julgamentos racionais e tomadas de decisão. Estudos mostram que, durante o auge da paixão, essa área pode ficar menos ativa. O que explica por que às vezes tomamos decisões impulsivas quando estamos apaixonados.
Mas não se preocupe: essa é uma resposta natural e passageira. Com o tempo, o cérebro volta ao equilíbrio e aprendemos a conviver com o amor de forma mais racional e consciente.
❤️ Paixão ou transtorno?
É interessante notar que o padrão cerebral da paixão se assemelha ao de alguns transtornos obsessivos. Não é à toa que o pensamento repetitivo e a vontade constante de estar com a pessoa amada se tornam quase incontroláveis no início. A boa notícia é que, assim como na parte da (des)organização, o cérebro também se adapta e retoma seu funcionamento normal quando o relacionamento se aprofunda.
🧬 A ciência confirma: o amor é também fisiológico
Pesquisas em neuroimagem funcional (como a ressonância magnética) revelaram que pessoas apaixonadas ativam áreas semelhantes às estimuladas por drogas recreativas, mostrando como o amor pode ser, literalmente, viciante.
Além disso, apaixonar-se pode trazer benefícios à saúde: níveis reduzidos de estresse, aumento da imunidade e melhora do humor são algumas das vantagens registradas em relacionamentos saudáveis.
Por que isso importa para quem estuda Medicina?
Entender os efeitos do amor no cérebro não é só interessante, é essencial para futuros médicos e médicas. Afinal, o comportamento humano está diretamente relacionado à saúde física e mental. E é esse olhar integrado que forma a base de uma Medicina mais empática e humanizada.
Na UnexMED, nossos alunos(as) aprendem desde cedo que cuidar da saúde também envolve compreender os sentimentos, as emoções e os vínculos que constroem quem somos. A paixão pode ser química, mas o cuidado é humano. Isso faz toda a diferença na prática médica.
✨ Neste Dia dos Namorados…
Aproveite para se encantar com a ciência por trás do amor e, quem sabe, se apaixonar também pela Medicina.
Afinal, estudar o corpo humano é, em muitos aspectos, estudar o amor em todas as suas formas.