Inverno à vista: especialistas explicam porque doenças do sistema respiratórios serão cada vez mais comuns
Sintomas gripais e crises respiratórias são mais frequentes, principalmente, em idosos e crianças
O inverno é a época do ano em que os casos de doenças respiratórias como resfriados, gripes e sinusites atingem parte da população com mais frequência. Mesmo os indivíduos que não costumam conviver com esses sintomas podem ser atingidos. O período do ano, caracterizado por temperaturas mais baixas e menor umidade do ar, cria condições favoráveis para a disseminação de vírus e bactérias que afetam o sistema respiratório.
Segundo o Dr. André Botelho, médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Unex, Centro Universitário da Excelência de Vitória da Conquista, alguns fatores contribuem para o aumento dos casos de doenças respiratórias no inverno: “Temos uma temperatura muito oscilante. Às vezes, mais amena durante o dia e um pouco mais fria durante a noite, com alta variabilidade. Assim, o sistema respiratório sente a diferença do ajuste térmico, o que predispõe o risco de infecção com a redução dos mecanismos de defesa”.
Nos grupos mais atingidos, estão as crianças e os idosos. André enfatiza algumas situações e condições que expõem a população: “É muito comum a disseminação de alguns vírus, seja por maior aglomeração de pessoas, por ambientes mais fechados ou pela própria condição do ar: mais concentrado, mais seco. Os pacientes que têm alguma doença respiratória de base, como asma e bronquite ou até as doenças de vias aéreas superiores como rinite e sinusite de repetição, acabam sofrendo um pouquinho mais”.
Com o aumento das doenças respiratórias, muitas pessoas recorrem à automedicação, um hábito perigoso e ineficaz, especialmente no tratamento de infecções virais ou bacterianas. A infectologista Dra. Carolina Palmeira explica: “Basicamente, a diferença entre doenças virais e bacterianas está no modo como elas se desenvolvem no hospedeiro. Todos os tipos de vírus necessitam das células para se reproduzir. Já as bactérias, por outro lado, não necessitam disso! Existe também a diferença no tratamento: para as bactérias usamos antibiótico e para vírus, nos casos mais graves, os antivirais. Mas para a maioria das doenças virais de inverno, não há tratamento”, informa a Dra. Carolina que também é professora no curso de Medicina da Unex.
A conscientização sobre a importância dos cuidados respiratórios e a busca de assistência médica adequada são fundamentais para reduzir o impacto das doenças respiratórias no inverno. O farmacêutico Lucas Santana alerta sobre os problemas da automedicação e a importância da prescrição médica adequada: “É importante ressaltar que a utilização de medicamentos só deve ser realizada, baseada numa prescrição, numa consulta médica. Os medicamentos que são isentos de prescrição também oferecem risco e precisam ser utilizados de forma adequada”. Ele dá o exemplo em casos de pessoas com hipertensão: “Para esse indivíduo hipertenso, que já utiliza medicamentos de uso crônico, algumas substâncias podem influenciar nas metas, na interação medicamentosa do que ele já toma. Por isso, é necessário uma orientação e acompanhamento adequados”, informa Santana que também compõe a equipe docente do curso de Medicina.
Dr. André Botelho, deixa algumas dicas básicas para amenizar os efeitos das baixas temperaturas no organismo: “É possível usar umidificadores de ambientes ou toalhas molhadas para melhorar a qualidade do ar, mas cuidado com o mofo. Evite aglomerações e ambientes fechados, mantenha sempre a higiene e lavagem das mãos, além da vacinação contra a gripe e covid atualizadas”.