Doença do Estresse: conheça a Herpes-Zóster que teve aumento de 20% nos casos na Bahia

Condição causada pelo mesmo vírus da catapora é desencadeada pela imunidade baixa

Doença do Estresse: conheça a Herpes-Zóster que teve aumento de 20% nos casos na Bahia

Lesões cutâneas com ardor e coceira, normalmente localizadas e restritas a um lado do corpo. De início, esses sinais poderiam ser um simples processo alérgico, mas o surgimento de bolhas e outros sintomas mais fortes, podem sinalizar a Herpes-zóster, infecção viral conhecida como cobreiro, causada pelo mesmo vírus da catapora: o varicela-zóster. A doença pode permanecer adormecida no organismo por anos até se manifestar, muitas vezes com sintomas dolorosos e debilitantes. 

“A herpes-zóster é causada por um vírus que se manifesta através de bolhas, que acompanham um nervo, geralmente de um lado só do corpo. Essa condição causa muita dor, ardência e formigamento”, relata a infectologista, Dra. Carolina Palmeira, docente do curso de Medicina da Unex – Centro Universitário de Excelência em Vitória da Conquista. 

Qualquer pessoa que teve catapora pode desenvolver a doença. De acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), houve um aumento significativo nos casos de herpes-zóster nos últimos anos. Em 2023, foram registrados mais de 5.000 casos, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. 

A doença é mais comum em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Carolina exemplifica alguns casos mais comuns: “Essa doença viral é mais comum em quem tem a imunidade baixa, principalmente em pacientes diabéticos, em quem passou por transplante de algum órgão, pacientes em quimioterapia ou radioterapia, pacientes com HIV e os idosos. Além disso, em pacientes com estresse, por exemplo, ou outra situação emocional mais debilitada, já que está diretamente relacionada a isso”. 

Segundo a infectologista, as dores podem permanecer como sequelas e demorar um tempo significativo para passar. Carolina ainda alerta sobre a contaminação de pessoas próximas aos pacientes doentes: “Depois que as bolhas estouram, há um risco de contaminação para outras pessoas em contato com a secreção”.

A principal prevenção da doença está na imunização infantil. Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra catapora (varicela) é oferecida no calendário de vacinação infantil com 1ª dose aos 15 meses de idade (tríplice viral + varicela monovalente, ou tetra viral, quando disponível) e a 2ª dose é varicela monovalente, aos quatro anos de idade. Já para os adultos e imunossupressores, a vacina não está disponível através do SUS, exceto em situações específicas com relatório médico. Diante disso, Dra Carolina alerta: “O ideal é que o paciente procure o quanto antes a ajuda. Quando mais cedo ele iniciar o tratamento com o antiviral, menores serão as sequelas”.