Juntos pela doação de órgãos: UnexMED lidera discussão no Setembro Verde

Profissionais e alunos se reúnem em Simpósio Multidisciplinar da UnexMED para debater a importância da doação de órgãos

Juntos pela doação de órgãos: UnexMED lidera discussão no Setembro Verde

O Setembro Verde marca uma campanha de grande relevância para a sociedade brasileira: a conscientização sobre a doação de órgãos. Promovido pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o mês de setembro visa sensibilizar a população sobre a importância desse ato de solidariedade que salva vidas. Com o Dia Nacional da Doação de Órgãos celebrado em 27 de setembro, o mês ganha ainda mais destaque no Brasil, um país que, apesar de ser o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, ainda enfrenta desafios significativos nessa área.

No contexto dessa campanha, a UnexMED Itabuna realizará, no dia 17 de setembro, o 1º Simpósio Multidisciplinar Setembro Verde, “Conexão pela Vida: Juntos pela Doação de Órgãos”. O evento, que acontecerá no auditório da sede da Unex a partir das 18h, contará com a participação de renomados profissionais da área de saúde da região. Entre os palestrantes confirmados estão o Dr. Eraldo Salustiano, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia, e o professor da UnexMED, João Omar Galvão, fundador do “Instituto Seja um Doador”.

Com a participação dos cursos de Medicina, Enfermagem e Psicologia, o simpósio terá um caráter multidisciplinar, abordando a doação de órgãos sob diferentes perspectivas. Além de debates técnicos, o evento tem o intuito de engajar a comunidade acadêmica sobre a necessidade de aumentar o número de doadores no país.

Segundo o Dr. João Omar, a educação é fundamental para a conscientização sobre a doação de órgãos. “O médico precisa ter uma formação humanística para entender que a doação pode salvar de 8 a 10 vidas. Em contraponto, a parte técnica também precisa vir da faculdade, pois o processo de captação e manutenção do potencial doador é feito pela equipe médica”, afirma.

O cenário da doação de órgãos no Brasil

O Brasil se destaca como o país com o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Entre janeiro e setembro de 2023, foram realizados 6.766 transplantes, 711 a mais do que no mesmo período de 2022, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O rim é o órgão mais transplantado, seguido pelo fígado. Ainda assim, o número de pessoas que aguardam por um transplante supera a oferta de órgãos disponíveis. Estima-se que mais de 60 mil brasileiros aguardam atualmente na fila de espera por um órgão.

O processo de alocação de órgãos no Brasil segue critérios técnicos rigorosos, sem distinção entre pacientes da rede privada e do Sistema Único de Saúde (SUS). A lista de espera é única e nacional, sendo organizada de acordo com a gravidade do estado de saúde dos pacientes e o tempo de espera.

A importância da conscientização e o papel do “Instituto Seja um Doador”

A demanda por transplantes de órgãos é muito maior que a oferta, evidenciando a importância de campanhas de conscientização como o Setembro Verde. Muitas vezes, a falta de informação ou a disseminação de mitos sobre a doação de órgãos dificultam o aumento do número de doadores. Para driblar esses obstáculos, é fundamental que a população esteja bem informada sobre o processo de doação e que essa decisão seja comunicada às famílias.

Nesse contexto, o Dr. João Omar, coordenador do pronto-socorro do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães e professor da UnexMED Itabuna, fundou, em parceria com outro colega, o “Instituto Seja um Doador”, que atua na conscientização sobre a doação de órgãos na região sul da Bahia.

Segundo o Dr. João Omar, o instituto nasceu da necessidade de estruturar equipes médicas para o diagnóstico de morte encefálica e melhorar os protocolos de doação de órgãos. Porém, mesmo com avanços, muitas famílias ainda negavam a doação por falta de informação prévia sobre o tema. “Percebemos que muitos familiares ao serem abordados sobre a doação, era o primeiro momento em que tinham ouvido falar sobre o tema, na morte de seu ente querido. Daí surgiu a necessidade da criação do Instituto, para fazer uma conscientização da população e da sociedade civil. ”

No Brasil, para ser um doador de órgãos, é essencial que a pessoa manifeste sua vontade em vida e informe sua família. A legislação brasileira não exige documentos ou registros formais, sendo a família do potencial doador quem toma a decisão final no momento da morte.

Dessa forma, campanhas como o setembro verde reforçam a importância de um diálogo aberto sobre o assunto. “A primeira coisa que é preciso fazer, é conversar com nossos familiares, conversar com nossos entes queridos, explicar a situação e dizer “eu quero ser doador de órgãos, por favor, respeite o meu desejo”. A partir daí, nós, como entidades educadoras e sociedade civil temos que atuar disseminando o tema para que fortaleça a vontade do doador”, explica o Dr. João Omar.

O Setembro Verde e o Simpósio Multidisciplinar promovido pela UnexMED são ações fundamentais para aumentar a conscientização sobre a doação de órgãos no Brasil. Com a participação de especialistas e iniciativas como o Instituto Seja um Doador, espera-se que mais pessoas compreendam a importância desse ato e considerem a possibilidade de se tornarem doadores, ajudando a salvar vidas e transformar a realidade de milhares de brasileiros que aguardam por um transplante.