Violência contra mulher é tema de roda de conversa na Unex

Violência contra mulher é tema de roda de conversa na Unex

Evento foi responsável por discutir as diferentes formas de acolhimento e direcionamento para as mulheres após episódios de violência

 

Violência contra mulher: a importância da atenção multiprofissional. Este foi o tema da mesa redonda promovida pelo curso de Medicina, nesta segunda-feira (04), no auditório da Unex – Centro Universitário de Excelência, em Feira de Santana. O momento foi responsável por trazer as diferentes formas e abordagens às mulheres em caso de violência, além de reunir estudantes dos cursos de saúde e Direito da instituição.

Contando com nomes importantes, o evento integrou as discussões em alusão ao mês dedicado à atenção às mulheres, e fez questão de abordar as diferentes formas de acolhimento e direcionamentos. O momento contou com a participação da delegada da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) , Maria Clécia Vasconcelos, a médica Cecília Medina,  a assistente social e representante da Secretaria Municipal de Política para as Mulheres de Feira de Santana (SPM), Josailma Ferreira, que apresentaram as  diferentes perspectivas diante dos problemas apresentados. 

Mediada pela ginecologista e professora do curso de Medicina da Unex, Drª. Adenilda Martins, a conversa abordou  a  vivência das profissionais em seus campos de trabalho. Segundo ela, a escolha do tema foi baseada no que a sociedade está vivendo atualmente. “Você liga a televisão e qual é o assunto sempre? Invariavelmente alguma mulher, em algum local sofreu violência. O que eu vou fazer quando uma mulher que sofreu violência chegar no meu local de trabalho? Eu não fui treinada pra isso e não existe um livro para auxiliar nisso. Nós queremos que os estudantes saibam como agir desde o início dos seus cursos”, comentou. 

Primeira a explanar sobre o assunto, a médica e coordenadora da Policlínica do Feira X, Drª. Cecília Medina, trouxe a sua experiência ao receber mulheres vítimas da violência. “Existe todo um acolhimento e direcionamento para essas mulheres que sofreram a agressão. Algumas chegam com os filhos, por não ter rede de apoio, algumas ainda chegam com os agressores com a desculpa que caíram ou sofreram algum acidente. Quando elas dão a sorte de ir sem o agressor, nós encaminhamos para prestar queixa”. 

Trazendo o olhar institucional da SPM, a assistente social, Josailma Ferreira, leu a carta de Chris Britto. Mulher, empresária, vítima da violência e que estava presente para testemunhar o quanto o acolhimento e apoio são capazes de ajudar uma mulher em situação de violência. “A atuação faz com que os nossos objetivos sejam atendidos com mais eficácia. Lá na secretaria nós atuamos sincronicamente em uma rede que contém uma assistente social, um psicólogo e um advogado que estão ali para realizar um atendimento completo para a mulher”, informou. Josailma ainda completou falando sobre os programas disponíveis na secretaria.   

“O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe que ganha o campeonato”, foi com essa frase do jogador Michael Jordan,  dita pela assistente social Josailma, que Chris Britto foi aplaudida de pé por todos no auditório. Após a leitura da sua carta depoimento, Chris fez questão de enaltecer o trabalho realizado pela Deam, SPM e instituições relacionadas. “Eu me sinto muito orgulhosa de estar perante a todos. Quero dizer que a denúncia tem que ser feita e não temam a nada, somente a Deus”. Chris Britto sinalizou que ainda é acolhida pela rede de proteção a quem ela confia. “Costumo dizer que nós não somos mulheres maravilha, mas somos maravilhosas”, concluiu. 

Para finalizar a roda de conversa e as diferentes formas de apoio, a delegada e titular da Deam, em Feira de Santana, Maria Clécia Vasconcelos, trouxe o seu olhar de enfrentamento e uma importante reflexão para todos os presentes. Segundo ela, o encontro é extremamente importante para os estudantes. “A academia precisa falar de temas como esse”. A profissional ainda sinalizou que a perspectiva de gênero tem que ser levada em questão. “Se eu não entendo o que é gênero, eu não tenho sensibilidade ao tema. A violência contra a mulher é estrutural e baseada na cor de pele e gênero”, disse Clécia, que trouxe exemplos concretos para todos os presentes. 

A roda de conversa faz parte das ações realizadas pelo curso de Medicina sobre os principais assuntos discutidos durante os meses do ano. Além do Dia Internacional da Mulher, o curso vai discutir o Março Vermelho e o combate e conscientização do câncer renal. A roda de conversa sobre o tema acontece no próximo dia 15, aberta ao público, no auditório da Unex – Centro Universitário de Excelência, em Feira de Santana.