Tuberculose: um olhar sobre a doença que persiste por anos
O dia 24 de março marca a luta de combate e conscientização contra essa doença, que é uma das que mais acomete as pessoas ao redor do mundo.
Doença infecciosa mais antiga e temida por muitos. Sim, essa é a tuberculose. Uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria e que aflige a humanidade por anos, mesmo diante dos intensos esforços para o seu controle. A tuberculose também é conhecida por ser uma doença oportunista que aparece diante da fome e após outras doenças. No dia 24 de março, o mundo se volta mais uma vez para essa intensa batalha de conscientização e os desafios para o controle da doença.
A tuberculose afeta principalmente os pulmões, mas também pode se manifestar em outros órgãos do corpo. O seu impacto é significativo na saúde, sendo uma das principais causas de mortes relacionadas a doenças infecciosas em todo o mundo. Segundo a pneumologista Alana Nelli, a doença é transmitida pelas vias aéreas e pode se apresentar nas formas pulmonar ou laríngea. “Através da fala, tosse ou espirro, a pessoa infectada elimina bacilos no ambiente e o risco de transmissão perdura enquanto o paciente elimina os bacilos no escarro. Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito reduzida”, informou Nelli.
Após as festas de verão, a tuberculose pode se apresentar como evolução das viroses. A Dra. Alana sinaliza que a tuberculose também pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. Os sinais, sintomas e as manifestações radiológicas dependem do tipo de apresentação da doença. Classicamente, as principais formas de apresentação são a forma primária, a pós-primária (ou secundária) e a miliar, quando há um risco potencial à vida.
“A forma pulmonar, mais frequente, deve ser investigada no indivíduo que apresenta tosse seca ou produtiva por três semanas ou mais. Além da tosse, outros sintomas clássicos são febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, podendo ocorrer em qualquer uma das três apresentações. Para o diagnóstico, além de anamnese e exame físico cuidadosos, está indicada a realização de exame de imagem, bem como do exame bacteriológico. Na forma pulmonar, essa pesquisa é executada através de três métodos principais de análise do escarro: baciloscopia direta, teste rápido molecular e cultura para micobactérias (padrão ouro)”, explica Dra. Alana Nelli, que é pneumologista e professora do curso de Medicina da Unex – Centro Universitário de Excelência de Feira de Santana.
Nelli ainda sinaliza que pode haver uma resistência aos medicamentos através da resistência adquirida por um tratamento incorreto ou finalizado antes do período ou através da exposição à tuberculose drogarresistente. A infectologista pontua alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver tuberculose ativa como a infecção pelo HIV, doenças ou tratamentos imunossupressores, diabetes mellitus, desnutrição, uso prolongado de corticoides, tabagismo e uso de drogas ilícitas. Além dos estados de imunossupressão, podemos citar viagens para áreas com alta incidência da doença, contato com pessoas infectadas e baixa condição socioeconômica.
No Brasil, onde a tuberculose ainda é um problema de saúde pública, o governo tem implementado políticas e programas para fortalecer a detecção precoce, o tratamento adequado e o acompanhamento dos pacientes. Ações como a distribuição de medicamentos gratuitos, a capacitação de profissionais de saúde e a promoção de medidas de prevenção são fundamentais para reduzir a carga da doença no país.