Inteligência Artificial, Doenças do Século 21 e Premiação marcam o 1º Congresso de Medicina da UnexMED Jequié

Evento aconteceu no hotel Grandterrara, no sábado (9) e reuniu a mestra em IA, Marta Fernandez, graduada em ciências da computação, o endocrinologista, Dr. Osmário Sales, a psicóloga e doutora Tânia Plens, o professor doutor e escritor, graduado em biologia, Stênio Duarte, entre outros especialistas de grande representatividade nacional

Inteligência Artificial, Doenças do Século 21 e Premiação marcam o 1º Congresso de Medicina da UnexMED Jequié

O 1º Congresso Interdisciplinar da UnexMED realizado em Jequié foi organizado pelo médico, Dr. Radmesse Britto, e pela Professora Doutora em Enfermagem, Luana Reis. Ambos – coordenador e vice-coordenadora do curso de Medicina da Unex Jequié – agradeceram a presença do público e explicaram a escolha do tema. “As Promessas e Desafios da Inteligência Artificial na Saúde. 

Para Radmesse, “o 1º CIUNEX é o primeiro de muitos encontros criados pela instituição, com o objetivo de oferecer e promover educação médica de qualidade para a população de Jequié. O conceito de se estabelecer a gratuidade, partiu do compromisso com a responsabilidade social que a Unex – Faculdade de  Excelência – adotou como forma de contribuir para uma educação médica acreditada”, enfatizou. O encontro também foi fundamental para mostrar a qualidade de conhecimento dos médicos e alunos da instituição, como o psiquiatra e mestre Dr.Jefferson Pires, o aluno Lucas Laest e a nutricionista Adriana Nascimento, aluna de segunda graduação. 

Do “Uso do tablet no processo de Ensino-Aprendizagem”, à importância de uma alimentação saudável para manter a pressão sob controle, até as informações mais atualizadas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o público presente no hotel Grandterrara – formado, em sua maioria, por estudantes, profissionais, residentes, mestres e doutores das mais diversas áreas da saúde – teve a oportunidade de expandir conhecimentos, habilidades e competências sobre Inteligência Artificial (I.A.), Cardiologia, Endocrinologia, Nutrição, Psicologia, Psiquiatria da Infância e da Adolescência. A imprensa de Jequié também prestigiou o evento. O diretor de jornalismo da rádio 93 FM, os jornalistas Zenilton Meira e Ari Moura participaram ativamente, realizando entrevistas e fazendo perguntas aos palestrantes.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APLICADA À SAÚDE

A mestre Marta Fernandez abriu o simpósio, mostrando como a inteligência artificial está presente em nossas vidas e nem nos damos conta disso: “Se alguém aqui já usou o Waze para saber por qual caminho deve seguir, saiba que a inteligência artificial faz uma coisa chamada balanceamento de tráfego. Ele ensina novas rotas para otimizar o tráfego já existente. Mas o exemplo mais legal que eu acho é o que a Disney faz. Antes de lançar um filme, um grupo de pessoas é convidado para assisti-lo. A cada momento, um algoritmo de inteligência artificial verifica o semblante das pessoas, qual a emoção que está sendo apresentada naquele instante. A partir do que eles querem – em termos de emoção – eles alteram ou não aquela reação. Na verdade, é a inteligência artificial que faz a cena do filme, tudo de maneira automática. Portanto, todos nós aqui já estamos envolvidos com o tema. Tudo isso é pura matemática, não existe nada de mágico”, ressaltou.

Mestre em Inteligência Artificial, com pesquisa focada na Cardiologia, Fernandez ressaltou como a “IA” tem transformado a área da saúde: “Os algoritmos são comandos que foram inspirados no neurônio, por isso, chamamos de redes neurais. É a partir dessas conexões existentes no cérebro, que as sinapses são formadas. O algoritmo da inteligência artificial também faz isso, ele identifica os padrões existentes nos dados. Já foi dito que os dados são o novo petróleo. A área de saúde é quem mais gera dados. É bem verdade que, muitas vezes, eles estão desestruturados, mas depois que o algoritmo é treinado, ele entrega resultados como, por exemplo, predições. Como é que as máquinas aprendem? Como os bebês. Da mesma forma. Você entrega estímulos para o bebê e ele vai aprendendo e formando o seu conjunto de narrativas. Com a “IA” é a mesma coisa; você entrega dados, ela aprende com aqueles dados e, então, já sabe fazer alguma tarefa. Isso significa que, se você entrega dados errados, ela te dá soluções erradas. Da mesma forma, se você ensina para o bebê uma coisa errada, ele aprende, porque ele não tem noção de moral, não tem noção do que é certo e do que é errado. O mesmo acontece com a inteligência artificial. Tem uma máxima, uma frase em inglês, que resume tudo isso: Garbage in, garbage out. É o mesmo que dizer, entra lixo, sai lixo”, explicou.

DOENÇAS DO SÉCULO 21

A obesidade foi a mais evidenciada no painel que tratou sobre as principais doenças do século 21, por ser considerada a principal causa de morte na medicina. A hipertensão arterial, a diabetes e os transtornos mentais também foram citados. O médico endocrinologista Osmário Sales fez um alerta durante a sua apresentação: “Se os governos não baterem de frente, não haverá sistema de saúde que tolere essa epidemia da obesidade, que está vindo aí. Dificilmente, a gente vê alguém elegante, depois dos 40 anos. Fiz essa análise num clube particular que frequento. Mesmo os homens magros estavam barrigudos, o que é ainda pior do que o gordo. Essa aparência causa ainda mais morte cardiovascular”, ressaltou.

O professor doutor e um dos autores do livro “Obesidade, uma Visão Multidisciplinar”, Stênio Duarte, afirmou que precisamos parar para olhar a obesidade: “Se continuarmos na curva que estamos hoje, a população brasileira estará obesa e os gastos públicos, chegarão a R$ 1 trilhão.

A nutricionista Adriana Nascimento, citou algumas diretrizes da Medicina que relacionam qualidade de vida, saúde mental e espiritualidade. Na opinião dela, já chegou o momento da ciência se unir com a espiritualidade, para combater doenças como a obesidade e a hipertensão. Para Adriana “os médicos precisam dominar toda a farmacologia, mas também precisam trabalhar na linha da prevenção. Isso porque num futuro próximo, a saúde vai estar ainda pior do que está atualmente: “Daqui a seis anos, o número de pacientes obesos e hipertensos será ainda maior”.

UNEXMED PREMIA ESTUDANTES POR TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

A equipe do curso de Medicina da UnexMED foi uma das premiadas no 1º CIUNEX. Os pôsteres, previamente selecionados, foram aprovados por uma comissão avaliadora e expostos no hall do evento. A inscrição foi livre tanto para alunos da Unex quanto para estudantes de outras instituições de ensino superior. Ao todo, 21 trabalhos foram apresentados e aprovados para apresentação no congresso. Destes, sete foram de estudantes da Unex (dos cursos de Medicina e Psicologia) e 15 foram dos estudantes da Faculdade Brasileira do Recôncavo, de Cruz das Almas (dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia).

Os dois primeiros trabalhos selecionados foram: “A Atuação do Enfermeiro no Controle e Prevenção das Hemorragias Puerperais: Uma Revisão da Literatura”, dos autores Ana Clara Letícia Pinheiro da Silva de Jesus e André Santos Freitas, e “Pilates para Idosos: Impacto na Funcionalidade e Qualidade de Vida”, do autor Anderson Moreira dos Santos Fonseca. Todos estudantes da Faculdade Brasileira do Recôncavo.

Os estudantes da UnexMED, Ellen Pinheiro Rodrigues, João Ricardo Silveira Delmiro e Annajuly Delmiro Andrade ficaram em terceiro lugar com o tema “Desafios e Transformações: A Jornada de Três Acadêmicos de Medicina com o Método PBL”.

O objetivo principal foi evidenciar a importância dada pela instituição à pesquisa científica e enfatizar a importância da metodologia ativa de ensino PBL ou Problem-Based Learning – Aprendizagem Baseada em Problemas – que tem ganhado espaço significativo na educação médica por promover habilidades críticas, autonomia e colaboração, aspectos destacados como centrais para o sucesso acadêmico e profissional dos estudantes.  

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