Autismo é tema de roda de conversa na Unex em Feira de Santana

Autismo é tema de roda de conversa na Unex em Feira de Santana

“O nível de autismo dela é leve pra quem? O meu coração ainda fica muito apertado quando vejo ela falando igual a um robôzinho”. Sim, essas são declarações de uma mãe apaixonada por sua filha portadora do espectro autista. Nayara Leal foi uma das convidadas da palestra,  “Autismo: compreendendo as diferenças e dialogando com múltiplos saberes”, que ocorreu na última sexta-feira (28), no auditório do Centro universitário de Excelência – Unex, em Feira de Santana. O encontro contou ainda com as presenças da psiquiatra Camille Batista, da psicóloga Cimare Santos e do educador físico, Diego William.

Mediada pela professora e coordenadora do Núcleo de Apoio Psicopedagógico – NAP, Maria Rosália, a roda de conversa trouxe a psiquiatra Camille Batista, em seu primeiro momento, para abordar o diagnóstico, o acompanhamento com a família e as medidas tomadas no caso do diagnóstico fechado. “Este momento de discussão é muito importante. Quando uma mãe chega ao meu consultório com uma criança para uma consulta, eu sempre avalio o primeiro contato, como aquela criança vai me receber e como vai interagir com o ambiente. É muito importante esse olhar cuidadoso de todo o quadro até o diagnóstico final. Nos meninos, nós podemos observar um pouco mais claro. Já nas meninas, o diagnóstico é um pouco mais delicado”, disse Camille que também é professora do curso de Medicina da Unex.

A motricidade na vida daqueles que têm TEA. Este foi o tema trazido pelo professor Diego William durante a sua explanação. Segundo ele, o trabalho realizado em equipe é de fundamental importância para a evolução do paciente. “Sabemos que existe a falta de equilíbrio nos portadores de TEA, por conta disso, nós trabalhamos para que ele ou ela perceba e consiga realizar os movimentos do dia a dia, tenha equilíbrio e se desenvolva”, disse. 

Já a psicóloga Cimare Santos movimentou a conversa com todos os presentes abordando o assunto ‘Mitos e verdades sobre a pessoa com o espectro autista’. “Ao contrário do que muitas pessoas acham, as pessoas com TEA não são todas superdotadas, eles não são avessos ao contato físico e social. Existem diferentes níveis de autismo e devemos trabalhar diante do quadro que encontramos para que essa pessoa consiga ter uma qualidade de vida”.  

Para fechar a noite e trazer um relato emocionado, a administradora Nayara Leal falou sobre a sua filha, sobre as dificuldades e todo amor que faz a diferença no tratamento. “Minha filha é uma menina doce, amável, preocupada conosco e com os amiguinhos, diferente do que muitas pessoas pensam sobre o autista. O momento do diagnóstico foi bem doloroso, a minha cunhada percebeu e pediu para que eu procurasse um médico. Eu acho que se ela falasse, o baque do diagnóstico seria menor do que diretamente com um profissional. Acredito que a família pode ajudar muito nessa etapa. São pequenos gestos diários que fazem a diferença no tratamento e no lidar com essas pessoas”, enfatizou Nayara. 

A mãe ainda pontuou o incômodo que sente quando alguém fala sobre o baixo nível de autismo. “O autismo dela é leve pra quem? É muito doloroso para quem é mãe ver sua filha falar e responder tudo um pouco que robotizado e quando as crises acontecem, nós temos que apenas acolher para que ela não se machuque”, disse Nayara emocionada.

O próximo encontro com profissionais e professores do curso de Medicina da Unex está marcado para o próximo dia 25 de maio. O tema a ser abordado será a Saúde do Trabalhador, com mediação do professor e Dr. Valdir Cerqueira.

 

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