O Metaverso foi um termo que ganhou grande importância nos últimos anos. O conceito é utilizado para indicar um mundo virtual que tenta simular a realidade por meio da tecnologia digital.

O Metaverso é bem parecido com os jogos de realidade virtual imersiva que surgiram nos anos 2000. Nesses games, o jogador conseguia criar um avatar, com suas características físicas e interesses para experimentar uma vida paralela.

Esse mesmo modelo está sendo utilizado hoje para criar soluções que podem impactar o mundo real, como é o caso da Medicina no Metaverso. Embora esteja em fase inicial, essas tecnologias podem gerar impactos positivos na área da saúde. Vamos entender como?

Tecnologia a serviço da saúde

A Accenture Digital Health Technology Vision 2022, realizou uma pesquisa com 391 executivos em saúde em 10 países, para levantar dados sobre como tem sido o uso das tecnologias e quais são as perspectivas desses especialistas em saúde sobre como será a Medicina no Metaverso.

Dentro do “metaverse continuum”, em que a inovação digital será utilizada para melhorar a experiência de saúde pelos consumidores surgem tendências que podem transformar não só a vida dos pacientes, mas também as empresas e todos os modelos de negócios em saúde, são elas:

Web3 – Conceito que descreve a nova geração da internet com uma comunicação descentralizada e sem dono, onde o controle de dados e o poder pertencem aos usuários e não às grandes empresas de tecnologia e suas plataformas. No metaverso, os profissionais não ficam limitados pelo tempo ou espaço, podendo encurtar suas capacitações. Um médico cirurgião, por exemplo, pode sintetizar ou prolongar seu ciclo de aprendizagem.

Mundo Programável – Responsável por identificar como a tecnologia está sendo utilizada nos ambientes físicos nas camadas: conectada, experiencial e material.

À medida em que o metaverso evolui no sentido de produzir uma experiência real no ambiente virtual, o mundo programável se preocupa em construir novas versões que podem ser utilizadas no espaço físico da saúde. As tecnologias e os materiais inteligentes serão ferramentas que podem ser úteis tanto para o digital quanto para o físico. As empresas de saúde irão se apropriar desses aparatos para entregar novas experiências, reinventar o modo de fazer operações e adaptar o espaço físico a cada realidade. A Medicina no Metaverso do mundo programável faz o caminho inverso, construindo no digital e utilizando no real.

Computação Impossível – Também chamada de computação quântica, essa tendência se refere ao processamento de dados complexos, que permitem avaliar diferentes cenários e chegar a soluções de forma mais rápida. Com a computação impossível, é possível prever epidemias, surtos de vírus ou encontrar o melhor tratamento para doenças.

Medicina no Metaverso na prática

Segundo a pesquisa do Instituto Gartner, estima-se que 30% da população mundial viverá uma experiência no metaverso até 2026. Nesse período, novas tendências da Medicina no Metaverso surgirão para ampliar este novo mundo, garantindo a possibilidade de:

Garantir a eficácia nos processos cirúrgicos – Hoje em dia, algumas operações já utilizam a realidade virtual. Mas a tendência é que a ferramenta seja utilizada para acelerar a recuperação de pacientes e reduzir o risco de complicações.

Consultas virtuais – Desde o início da pandemia, as pessoas se tornaram mais familiarizadas com as teleconsultas. Mas a Medicina no Metaverso vai além. Em vez da videoconferência tradicional, o médico poderá “visitar o paciente em casa” através do seu avatar, um perfil ( como um boneco de jogo) construído a partir de todas as características físicas do paciente.

Humanização – Imagine como seria se durante um tratamento, como a hemodiálise, por exemplo, o paciente estivesse inserido em um ambiente cercado de paisagens naturais, com árvores, cachoeiras ou praias, em vez de olhar para as paredes brancas dos hospitais. Com a imersão na realidade virtual, esse procedimento seria muito mais humanizado.

Educação – Com a inserção da Medicina no Metaverso, os alunos poderão treinar para cirurgias, consultas e realizar estudos da fisiologia humana, utilizando protótipos com dimensões reais.

Integração – Profissionais do mundo inteiro poderão discutir qual a melhor forma de tratamento para pacientes específicos ou para doenças com base em um modelo virtual, que pode ser avaliado de forma simultânea.

O Metaverso Médico ainda precisa se aprimorar, mas já existem diversas tendências que funcionam muito bem. Uma delas é a do Biodesign, uma iniciativa brasileira que criou versões virtuais de partes do corpo humano em alta definição.

Essa tecnologia pode ser utilizada tanto para apresentar um caso complexo para um profissional distante, como para projetar órgãos no mundo real, acima da pele do paciente, para ver o interior do corpo.

Nos próximos anos, os investimentos para a base de tecnologia digital para a saúde deverão ser ampliados, pois o Metaverso é o futuro.